ATA DA SEGUNDA SESSÃO SOLENE DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 26.03.1996.

 


Aos vinte e seis dias do mês de março do ano de mil novecentos e noventa e seis reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e vinte e oito minutos, constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão destinada à entrega do Prêmio Jornalístico Maurício Sirotsky aos Jornalistas Iria Waleska Gautério Pedrazzi e Luiz Birnfeld Figueiredo e ao Repórter Fotográfico Leonid Strelaiev, nos termos do Processo nº 419/96, de autoria da Mesa Diretora. Compuseram a MESA: o Vereador Isaac Ainhorn, Presidente desta Casa, Jornalista Vera Guimarães, representando a Procuradoria-Geral do Estado, Major Carlos Roberto Amador, representando o Comando da Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul, Senhor Jayme Sirotsky Sobrinho, Presidente do Conselho de Administração da Rede Brasil Sul, Senhora Iria Waleska Gautério Pedrazzi, Senhor Luiz José Birnfeld Figueiredo e Senhor Leonid Strelaiev, homenageados, respectivamente, e o Jornalista Ercy Thorma, Vice-Presidente da Associação Riograndense de Imprensa. Em continuidade, o Senhor Presidente disse da satisfação da Casa pela entrega da Primeira Edição do Prêmio Jornalístico Maurício Sirotsky Sobrinho, idéia e iniciativa do ex-Vereador Frederico Barbosa, referindo-se às belezas de nossa Cidade retratadas e descritas nas obras dos homenageados. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Senhores Vereadores para que se manifestassem sobre a presente homenagem em nome das Bancadas. O Vereador Giovani Gregol, pelas Bancadas do PT e do PC do B, referiu-se à importância da comunicação e do trabalho desenvolvido pelo patrono deste Prêmio, enfatizando a seriedade, honestidade e competência dos comunicadores premiados. O Vereador Luiz Braz, pelas das Bancadas do PTB e do PPB, fez referência ao impulso dado a sua carreira de comunicador por Maurício Sirotsky Sobrinho, dizendo que o prêmio concedido aos homenageados faz com que esta Casa se reintegre à grande discussão que deverá ser travada a respeito da Cidade. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Werner Zots, Diretor-Editor da Revista Mares do Sul. A seguir, a Vereadora Clênia Maranhão, em nome da Bancada do PMDB e da Mesa Diretora da Casa, parabenizou o ex-Vereador Frederico Barbosa e a Mesa Diretora da Casa pela entrega da Primeira Edição do Prêmio Maurício Sirotsky Sobrinho, dizendo que Porto Alegre, na data de seu aniversário, homenageia três pessoas que constróem de uma forma muito especial o cotidiano da Cidade. O Vereador Pereira de Souza, em nome da Bancada do PFL, externou sua satisfação por poder participar desta solenidade, agradecendo aos homenageados o estímulo que transmitem através de seu trabalho. O Vereador Lauro Hagemann, em nome da Bancada do PPS, referiu-se à importância do momento atual, onde os meios de comunicação são cada vez mais valorizados, significando a concessão deste prêmio aos homenageados a inauguração de uma nova etapa do processo de comunicação social de Porto Alegre. O Vereador Antonio Hohlfeldt, falando em nome da Bancada do PSDB, reportou-se à necessidade de se destacar os trabalhos jornalísticos ligados à Cidade de Porto Alegre, elogiando a beleza e emoção presentes nas obras dos homenageados. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao ex-Vereador Frederico Barbosa, idealizador do Prêmio Maurício Sirotsky Sobrinho, que agradeceu o gesto de fidalguia do Senhor Presidente, dizendo da sua satisfação em poder participar da entrega deste prêmio àqueles que foram considerados os melhores. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Jornalista Jayme Sirotsky, que disse da justiça da premiação ora concedida e da relevância da comunicação para a construção de uma sociedade melhor às vésperas do terceiro milênio. Em prosseguimento, o Senhor Presidente convidou as Senhoras Suzana Sirotsky Melze e Sônia Sirotsky Forster para procederem a entrega do Prêmio Maurício Sirostky Sobrinho, categoria Fotografia, ao Jornalista Leonid Strelaiev; o Jornalista Telmo Flor, Diretor-Secretário do Correio do Povo, para entrega do Prêmio Jornalístico Maurício Sirotsky Sobrinho, categoria Reportagem, ao Jornalista Luiz Birnfeld Figueiredo, e o Jornalista Werner Zots para entregar o Prêmio Jornalístico Maurício Sirotsky Sobrinho, categoria Reportagem, à Jornalista Iria Waleska Gautério Pedrazzi. É feita a entrega dos prêmios. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos agraciados. A Jornalista Iria Waleska Gautério Pedrazzi agradeceu a homenagem recebida, a qual deixou-a profundamente emocionada, e disse da importância de mostrar e aproveitar o belo dentro do momento conturbado que vivemos. O Jornalista Leonid Strelaiev externou seus agradecimentos pela homenagem recebida e reiterou sua disposição de continuar produzindo, com o seu trabalho, um mostruário do Rio Grande do Sul, especialmente de Porto Alegre. O Jornalista Luiz Birnfeld Figueiredo disse que sentia uma alegria muito grande por ser agraciado com o presente Prêmio, externando sua disposição de dar cada vez mais atenção às coisas que se relacionam com Cidade de Porto Alegre. Às dezesseis horas e cinqüenta minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a 3ª Sessão Solene, a seguir. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Isaac Ainhorn e secretariados pelo Vereador Fernando Záchia. Do que eu, Fernando Záchia, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Damos por aberta a presente Sessão Solene destinada à entrega do Prêmio Jornalístico “Maurício Sirotsky Sobrinho”, decorrente das Resoluções 959 e 1247, da Câmara Municipal de Porto Alegre, aos Jornalistas Luiz J. Biernfeld Figueiredo, Iria Pedrazzi e Leonid Strelaiev.

Fazemos o registro da composição da Mesa: Sr. Presidente do Conselho de Administração da RBS, Dr. Jaime Sirotsky; Sr. representante do Comando da Brigada Militar, Major Carlos Roberto Amador; Sra. representante da Procuradoria-Geral do Estado, Jornalista Vera Guimarães; Sra. Iria W. Gautério Pedrazzi, uma das homenageadas e contempladas neste prêmio; o Jornalista Luiz J. Biernfeld Figueiredo, também, junto com Leonid Strelaiev, que na tarde de hoje recebem o prêmio jornalístico “Maurício Sirotsky Sobrinho”; o Vice-Presidente da ARI, Erci Thorma; o Editor-Chefe do Jornal “Zero Hora”, Lauro Schirmer; o Editor-Secretário do “Correio do Povo”, Jornalista Telmo Flor; dos jornalistas, dentre outros que aqui prestigiam esta solenidade, Jornalista Carlos Bastos e Walter Galvani; a Sra. Suzana S. Melzer e Sônia Sirotsky, filhas dessa ilustre figura querida do nosso Estado e que leva o nome do Prêmio que hoje é entregue; o ex-Vereador Frederico Barbosa, que foi o autor da Resolução que, em 1988, criou o Prêmio Jornalístico “Maurício Sirotsky Sobrinho”.

(Lê.)

 

A Câmara Municipal de Porto Alegre, através de seus integrantes, sente-se honrada no momento em que dá inicio à entrega da primeira edição do Prêmio Jornalístico “Maurício Sirotsky Sobrinho”. Esta é, com certeza, mais uma forma de reconhecimento ao imenso valor de um homem que soube fazer da determinação e da sensibilidade atributos voltados ao bem-estar de sua comunidade, que também é a nossa. Maurício fez mais que do que criar uma empresa de comunicação que hoje é orgulho nacional. Ele criou amigos, desbravou fronteiras, modificou mentalidades e lançou sementes de justiça, fraternidade e dinamismo que frutificarão para sempre entre nós como exemplo a ser seguido.

Feliz a idéia e a iniciativa, em 1988, do então Vereador desta Casa, Frederico Barbosa, ao encaminhar o pedido para que fosse instituído o Prêmio Jornalístico “Maurício Sirotsky Sobrinho”, como uma maneira de premiar o profissional da imprensa de nossa Cidade por trabalhos destacados em sua área. Feliz também a decisão da Mesa Diretora que, sob a Presidência do Ver. Luiz Braz, assinou o Projeto de Resolução que nos dá hoje esta satisfação.

Aos jornalistas que hoje recebem a merecida distinção os nossos cumprimentos. A beleza de nossa Porto Alegre está retratada no levantar de um vôo, captado pela sempre mágica câmera de Leonid Streliaev. A magica fica transparente nas reportagens dos jornalistas Iria Waleska Gautério Pedrazzi, da “Zero Hora” e Luiz José Biernfeld Figueiredo, do “Correio do Povo”.

O Arroio Dilúvio, cenário que integra a nossa Cidade como uma veia a derramar-se no Guaíba e que tantas preocupações tem gerado em todos que sabem de sua importância para a vida da Capital, é recuperável. Se alguma dúvida disso tivéssemos, ela deixou de existir no momento mágico de integração da natureza mostrado na foto publicada na Revista Ecos, em sua terceira edição. Gostaria de registrar também os nossos cumprimentos à editora da revista quadrimestral de saneamento básico, Jornalista Maria de Lourdes da Cunha Volff, que inscreveu a foto para disputar o prêmio. Com toda certeza, resgatar o Arroio Dilúvio será um desafio a ser vencido com mais garra depois desse resultado obtido pelo Fotógrafo Leonid Strelaiev. Belo e bravo Guaíba! Tem razão a Jornalista Iria Pedrazzi ao afirmar em sua matéria, publicada no número cinco da Revista “Mares do Sul”, de Santa Catarina, que a história de Porto Alegre começa navegando pelo Rio Guaíba. Foi através de suas águas que em 1752 casais de açorianos aqui chegaram e com a paixão dos desbravadores deram início à cidade que hoje abriga seus filhos legítimos e adotados, com o mesmo amor com que foi construída. É sobre o nosso Guaíba que em todos os finais de tarde o sol vem se debruçar, brindando a todos os que possuem o privilégio de viver ou visitar Porto Alegre com o mais bonito pôr-do-sol de nosso planeta. Registro aqui os cumprimentos pela merecida distinção. Parabéns.

Mais uma vez, como parte integrante da historia viva de Porto Alegre, retratou a nossa capital pelas mãos e capacidade do Jornalista Luiz José Figueiredo. A nossa cidade merece o carinho e a importância que recebeu desses destacados profissionais da imprensa gaúcha que, por sua vez, se pudesse falar, com certeza diria sentir-se orgulhosa em tê-los como seus filhos.

Aos familiares do nosso saudoso, mas sempre presente, Maurício Sirotsky Sobrinho, a Câmara Municipal registra com esta solenidade o respeito pelo homem que foi e será sempre, antes de qualquer outra coisa, um jornalista que transformou o seu sonho em nossa realidade.

 

Queremos, igualmente, registrar a satisfação desta Casa de fazer a entrega dos prêmios no dia de hoje por ocasião da solenidade a ocorrer também no dia de hoje, às 17h, onde a Câmara Municipal estará prestando uma homenagem; em sessão solene, aos 224 anos de criação da Cidade de Porto Alegre. A vida de Maurício, a fundação e a criação de Porto Alegre, a entrega desse prêmio a esses jornalistas, tudo isso se constitui num momento de grande importância e emoção para esta Casa, que é a representação política maior da nossa querida Cidade, que hoje comemora mais um ano de vida.

Passamos a palavra ao Ver. Giovani Gregol, que fala pelas Bancada do PT e do PC do B.

 

O SR. GIOVANI GREGOL: (Saúda os componentes da Mesa.) É uma satisfação e uma honra para nós representarmos aqui as Bancadas do Partido dos Trabalhadores e do Partido Comunista do Brasil. O último deles, que não é o meu partido de filiação, comemorou ontem mais um ano de história. Nós temos também a satisfação e a honra de governar, nos últimos oito anos, esta Cidade de Porto Alegre e, portanto, nos dá mais satisfação, levando isso em conta, nesta perspectiva, estar aqui hoje para homenagear três profissionais destacados, fotógrafo Leonid Strelaiev, os jornalistas Iria Waleska Gautério Pedrazzi e Luiz José Biernfeld Figueiredo, que residem, certamente, em Porto Alegre, e a Casa que representa o povo de Porto alegre, através desta primeira edição deste prêmio, tem chamado, na área cultural, política, da sociedade civil como um todo, na área da comunicação, tem chamado a atenção para trabalhos que ela considera de primeiro escalão e que têm contribuído muito para o desenvolvimento da nossa comunidade. Também queremos reafirmar, como já foi dito pelo nosso Presidente, que desta forma, indiretamente, homenageamos a própria Cidade, que nesta semana comemora os 224 anos de fundação. Quero também lembrar o sempre saudoso Maurício Sirotsky Sobrinho, homem que reconhecemos de grande importância e de fundamental liderança em nosso Estado, em nossa Região Sul, na área empresarial, comercial, mas, fundamentalmente, na área cultural e na área da comunicação, que é justamente o objetivo maior desta premiação que a Câmara faz neste momento, porque a própria comunicação é inerente ao ser humano. Não é à toa que o ser humano, ou como alguns querem, o animal humano, se sobressai dos demais pelo seu potencial de comunicação. Isso já dizia o “velho” chamado Frederico Barbosa, também Barbosa, homônimo do nosso ex-Vereador, que teve a grande idéia de propor a esta Casa que concedesse anualmente esse prêmio: o famoso Chacrinha - “quem não se comunica se trumbica”, - ele, com aquela simplicidade e poder de síntese que tinha, brincando, disse uma coisa fundamental.

Sabemos que a comunicação é fundamental para a condição humana e se torna cada vez mais importante, estratégica, nas relações sociais, inclusive como componente elementar e estrutural da própria rede social do tecido social. De forma cada vez mais clara e enfática, a comunicação social como um todo não se faz sozinha. Ela se faz através das pessoas que trabalham, que labutam, como os três homenageados que temos aqui hoje. A comunicação define os rumos da nossa sociedade. De certa forma, é o próprio poder da sociedade, esse poder que no passado se baseou, e ainda se baseia em parte, no poder econômico, em alguns momentos no poder armado, militar, mas cada vez é menos assim, cada vez se baseia mais – o próprio equilíbrio social – no poder da comunicação, que é fundamental para a democracia, democracia que o nosso País passou a ter e que queremos todos nós, do nosso partido, as empresas, as instituições, manter e aprofundar, dentro de uma visão crítica e autocrítica que temos muito que avançar. Estamos bem melhor que tempos atrás, mas a exemplo de outros povos, temos muito que avançar. Queremos uma democracia cada vez mais representativa, mas queremos cada vez uma democracia participativa.

Sobre as obras que venceram essa primeira edição da premiação não vou me delongar, até porque o Presidente já citou. Elas são do conhecimento público. Apenas quero enfatizar aqui duas coisas. Primeiro, a seriedade, honestidade, competência desses três comunicadores, desses dois jornalistas e desse fotógrafo, o que não é nenhuma novidade. Nós estamos, na realidade, homenageando aqueles que já são reconhecidos por tal entre seus pares, estamos enfatizando isso à Cidade. E, em segundo lugar, também recordar que eles estão, de forma direta, tratando das coisas da nossa Cidade, principalmente daquelas coisas que o Criador nos cedeu e que nós temos o dever de conhecer, de amar, e só podemos amar aquilo que conhecemos e, amando, o dever de preservar, que é o nosso rio, nossos arroios, nossas belezas naturais. Belezas naturais essas que Leonid espalhou para o mundo, que ele mostrou mais uma vez nessa bela revista que mostra coisas lindas, principalmente do nosso Sul do Brasil, das nossas belezas naturais e culturais. E o José Biernfeld Figueiredo, através do “Correio” e outros tantos órgãos que ale já comandou, também tem ajudado a conhecer e, portanto, preservar.

Eu quero concluir lembrando Saint-Hilaire, quando, em uma das suas obras, “A Primeira Viagem à Província de São Pedro” ele dizia que Porto Alegre, naquela época em que ele a conheceu, era um dos locais mais belos que tinha conhecido, inclusive comparando a nossa Cidade, seu rio, seus morros, suas belezas, à Cidade do Rio de Janeiro. E é tudo isso que nós queremos preservar. Agradecemos aos três homenageados, à Presidência e aos presentes e queremos estar juntos aqui, no ano que vem, homenageando outros profissionais da mesma estatura e que tenham contribuído tanto quanto vocês para o engrandecimento da nossa Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O próximo orador inscrito é o Ver. Luiz Braz, que fala pelas Bancadas do PTB e do PPB.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa.) Vejam só que na história deste Prêmio Jornalístico “Maurício Sirotsky Sobrinho”, de acordo com o que foi aqui contado, o Ver. Frederico Barbosa fez com que esse Projeto de Lei fosse aprovado no ano de 1988. Eu fui Presidente desta Casa no ano de 1994 e nesse ano nós nos surpreendemos, porque entrávamos em contato com um texto da lei que não era, até então, colocado em prática. Lemos o texto de lei e, realmente, achamos que era uma matéria que deveria imediatamente ser reestruturada pela Casa, ser novamente um motivo para que esta Casa pudesse manifestar-se. Nós, então, procuramos os amigos da ARI e com a sua diretoria conseguimos fazer com que o texto pudesse ser regulamentado. Mas, antes de regulamentarmos o texto, nós fomos procurar a diretoria da RBS. Nós precisávamos consultá-los para saber se esse Prêmio “Maurício Sirotsky Sobrinho”, colocado em prática, seria do agrado daqueles que seriam homenageados através do seu Presidente.

Fizemos a consulta a todas essas pessoas e assim conseguimos oferecer um projeto de regulamentação que foi inscrito pelo pessoal da ARI. Não foi escrito por nenhum técnico desta Casa, foi escrito pelos jornalistas que compõem a diretoria da ARI, aos quais eu rendo a nossa homenagem, a homenagem desta Casa, a homenagem da Cidade.

O Maurício Sirotsky Sobrinho, para mim, que sou da área de rádio, sou da área de comunicação, foi uma pessoa extremamente importante. Até 1981 eu era um comunicador desta Cidade que fazia algum tipo de sucesso em emissoras populares, mas era pouco conhecido em toda a Cidade. Em 1981 consegui conhecer essa pessoa, que julgo extremamente extraordinária, iluminada no campo da comunicação. Ele me ofereceu a grande oportunidade de ser um dos apresentadores da Rádio Farroupilha, que era do sistema da RBS. Naquela época conheci algo que até então não conhecia: conheci alguém que tinha, como filosofia de empresa, de comunicador, fazer com que os homens que tivessem ao seu lado pudessem ser destacados. E eu fui, pela primeira vez, destacado em uma empresa, na qual trabalhei por um ano e oito meses, que foi a Rádio Farroupilha, quando pertencia à Rede Popular. Com essa medida, deixei de ser um apresentador simples, limitado, conhecido apenas por algumas pessoas, passando a ser conhecido por toda a Cidade.

Uma das coisas fantásticas neste homem foi, quando iniciava a minha caminhada na Rádio Farroupilha, a visita que ele me fez no estúdio, enquanto apresentava o programa. Era uma coisa nova numa relação. Várias vezes, como apresentador do Carnaval de Porto Alegre, recebi os cumprimentos, em plena avenida, do Maurício Sirotsky Sobrinho. Eu o via como uma pessoa iluminada como comunicador.

Ora, quando peguei o Projeto de autoria do Ver. Frederico Barbosa, entendi que era a forma de a Cidade se comunicar através de textos, fotografia, prosa e de verso. Hoje me sinto como deve se sentir o Ver. Frederico Barbosa: extremamente compensado, quando vejo as matérias que foram premiadas por esta Casa. Strelaiev, que está acostumado a ganhar grandes prêmios, inclusive, a participar de exposições internacionais, tenho certeza absoluta que vai guardar com muito carinho o prêmio que esta Casa está lhe oferecendo hoje, porque este prêmio é realmente uma coisa histórica, não pelo fato de ser o primeiro, mas pelo fato de que esta Casa está se reintegrando, a partir deste projeto, na grande discussão que deve ser travada a respeito da Cidade. Esta matéria fabulosa que a Iria Pedrazzi escreveu na revista “Mares do Sul” retrata muito bem o Guaíba, tanto naquilo que ele estava sentindo naquele momento em que escrevia o texto como também faz com que nós possamo-nos aproximar daquele panorama exuberante do Guaíba e ver que nós temos uma necessidade de rediscutir o Guaíba. Lembro um trecho da reportagem da Iria quando ela escreve assim: “Muito se tem falado sobre o Guaíba, muitos projetos têm sido feitos, muitas resoluções têm sido feitas, muitos planos têm sido feitos; de prático, absolutamente nada.” Eu acho que esta Casa, através dessa reportagem, desses textos, dessas fotografias magníficas, tem a responsabilidade de se reintegrar nesta discussão, de fazer com que essas maravilhas de nossa Cidade possam, mais uma vez, ser entregues ao nosso grande público. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Registramos a presença dos Vereadores Elói Guimarães, Milton Zuanazzi, Edi Morelli, Luiz Braz, Pereira de Souza, Giovani Gregol, Clênia Maranhão, Antonio Hohlfeldt, Lauro Hagemann. Nós queremos também registrar a presença, nesta Sessão Solene de entrega das premiações, do Diretor-Editor da Revista “Mares do Sul”, Werner Zots.

A Vera. Clênia Maranhão esta com a palavra pelo PMDB.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: (Saúda os componentes da Mesa e os convidados.) Inicialmente, queria parabenizar o ex-Vereador Frederico Barbosa pela iniciativa e parabenizar também a Mesa Diretora desta Casa pela entrega da primeira edição do Prêmio “Maurício Sirotsky Sobrinho” ter acontecido no dia do aniversário de Porto Alegre. A entrega do prêmio acontece no dia do aniversário de nossa Cidade que, neste dia, homenageia três pessoas que constroem de uma forma muito especial o cotidiano de Porto Alegre.

Primeiro, a nossa querida Iria Pedrazzi, que reafirma Porto Alegre de uma forma tão maravilhosa. (Lê.)

 

 Tem razão a Jornalista Iria Waleska Gautério Pedrazzi, quando escreveu que nem mesmo a inescrupulosa poluição a que foi submetido o rio Guaíba consegue anular a sua sedução. A bela reportagem de Iria, publicada na Revista “Mares do Sul”, retrata com sensibilidade o rio que encanta Porto Alegre.

Iria Pedrazzi iniciou sua carreira jornalística como revisora do Jornal “Zero Hora” em 1979. Depois de atuar em veículos de comunicação no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, também fez reportagens para o Jornal Brasil Today, na Califórnia, Estados Unidos. O Prêmio Jornalístico “Maurício Sirotsky Sobrinho” é o terceiro de sua carreira. Parabéns, Iria!

Leonid Strelaiev, Uda, é mestre em retratar a alma do gaúcho! Com mais de um milhão de quilômetros rodados por todo o interior do Rio Grande do Sul, ele sabe como ninguém mostrar para o Brasil – e até para o mundo – o povo, a paisagem e os costumes do gaúcho.

O número 3 da Revista Ecos, do Departamento Municipal de Água e Esgotos de Porto Alegre, traz em sua capa uma foto de Leonid, que ilustra uma reportagem sobre a luta pelo resgate do Arroio Dilúvio de Porto Alegre.

Fotógrafo há 27 anos, Uda começou sua carreira no Jornal “Zero Hora”. Em 1974 foi escolhido o Fotógrafo do Ano pela Associação Paulista do Críticos de Arte. Já expôs seu trabalho por todo o Brasil, além de Nova York, Londres, Paris e México. Também são de sua autoria as fotografias turísticas do Rio Grande do Sul que ilustram o material de divulgação da Secretaria de Turismo na Atual Administração. Parabéns, Leonid!

O Jornalista Luiz Figueiredo dispensa maiores apresentações. Chefe de reportagem e secretário de redação do Jornal “Correio do Povo”, Figueiredo começou a sua carreira como repórter do extinto Última Hora, em 1963. Desde então, atuou em quase todos os veículos de comunicação de Porto Alegre e também em Santa Catarina. E não foi apenas na mídia impressa que Figueiredo se destacou. Seu nome é lembrado também nas rádios e emissoras de televisão por onde passou.

O Prêmio de Jornalismo “Maurício Sirotsky Sobrinho” é atribuído hoje a Figueiredo pelos cadernos especiais Os 100 Anos de um Jornal da Cidade, publicados pelo “Correio do Povo” entre 1° e 8 de outubro do ano passado. Parabéns, Figueiredo!

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra o Ver. Pereira de Souza em nome do PFL.

 

O SR. PEREIRA DE SOUZA: (Cumprimenta os componentes da Mesa.) Para mim é uma satisfação muito grande e até uma casualidade estar aqui neste dia em que pude substituir o grande Vereador do meu partido, Reginaldo Pujol, que gostaria de estar neste momento presente, nesta data. Mas a sorte me facultou estar aqui entre amigos, principalmente para relembrar o Jayme, que está aqui presente, e, principalmente, o Maurício, com quem convivi e acompanhei toda a sua carreira e de todos aqueles que o acompanharam, desde o inicio, pelas lutas que hoje podem ser flores, mas que, naquela época, eram espinhos. Mas a bravura e o denodo da equipe liderada por Maurício redundaram no que hoje estamos vendo acontecer. Se fôssemos dizer dos préstimos do conjunto RBS para o Rio Grande do Sul e para o País, levaríamos toda a sessão e mais algumas sessões.

Queria lembrar o meu correligionário Barbosa, que, por dez anos, foi Vereador e teve essa idéia, que no diploma aparece, com muito mérito, o retrato do Maurício Sirotsky Sobrinho. Isso é muito importante para nós. Queria, mais uma vez, agradecer aos três premiados e dizer que tudo o que fizeram por Porto Alegre não foi em vão: está sendo um estímulo para que os próximos o façam. E mais, para que a posteridade reconheça, nos seus trabalhos, tudo que nós temos obrigação, como cidadãos porto-alegrenses, de fazer pela nossa Cidade, pelo nosso Estado e pelo nosso País. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann está com a palavra para falar em nome da Bancada do PPS.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: (Saúda os componentes da Mesa.) É muita honra para esta Casa e felicidade dos Vereadores poder, nesta tarde, homenagear três ilustres figuras da comunidade da comunicação. E particularmente para mim é muito grato, porque por muito tempo fui membro dessa comunidade e me considero integrado a ela, embora hoje já afastado das lides profissionais. Porto Alegre, através da sua Câmara, por iniciativa do Ver. Barbosa, institui este Prêmio “Maurício Sirotsky”. A simples menção do nome de Maurício é a garantia de que o prêmio significa muito para a nossa Cidade. Fui contemporâneo de Maurício, sei de suas lutas, até aonde chegou a empresa que ele ajudou a estruturar e fundar e o que significa, hoje, para a Cidade, para o Estado. Mas Porto Alegre e sua Câmara de Vereadores começam também com esse ato a ingressar numa fase da história em que o processo de comunicação começa a ser mais valorizado.

O comunicador, que homenageamos três deles dos mais expressivos, é o cidadão que no futuro terá uma grande responsabilidade pela coesão social, por manter as comunidades onde atua num estado de interação. Não é por nada que se diz que o próprio milênio – ali adiante, na volta da esquina – será a época da comunicação, da informação. A moeda mais valiosa e preciosa que o homem terá à sua disposição é justamente a informação; e através da informação é que o homem vai governar o mundo, e isto é motivo de preocupação e de um alerta aos companheiros que hoje são homenageados para que prossigam na atividade em que até hoje se mantiveram, perquirindo, exatamente, o que acontecerá com o homem de amanhã como membro de uma sociedade, em função do poder extraordinário que terá a comunicação, a informação.

Não é por nada que já estamos assistindo a entidades no mundo inteiro, aqui, perto de nós, a começarem a tentativa de hegemonização da informação, e isso só poderá ser contraposto pela atuação dos participantes desse processo que são os comunicadores; eles é que serão o contraposto a esta tentativa. É uma matéria que está sendo estudada, perquirida, com muita curiosidade, sem uma base científica ainda muito aprofundada e aprimorada, mas que começa a despertar essa curiosidade. Tenho dito, e nunca é demais repetir, que o futuro dos homens em sociedade vai depender muito da atuação desses profissionais da comunicação. Historicamente, tivemos a fase dos bacharéis, dos técnicos e hoje a fase dos economistas. Está chegando a hora dos comunicadores nesse processo de renovação do ciclo de comando da sociedade. Por isso temos que ter essa compreensão, essa responsabilidade que vai pesar sobre nós.

A mais jovem das homenageadas é a Iria Pedrazzi. O Strelaiev é homem conhecido na sua atividade. O Luiz Figueiredo, trabalhamos juntos. Por isso, como membro desta Casa, me sinto muito à vontade para saudá-los e dizer que o Município de Porto Alegre, o Prêmio “Maurício Sirotsky Sobrinho” que, pela primeira vez, esta sendo concedido, inaugura uma nova fase do processo de comunicação social de Porto Alegre. E com uma profundidade maior do que aquela que podemos imaginar. Meus parabéns aos três. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O próximo orador é o Ver. Antonio Hohlfeldt pelo PSDB.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Saúdo o Ver. Isaac Ainhorn, Presidente desta Casa, e através dele, a todos os demais componentes da Mesa. Destaque especial ao Dr. Jayme Sirotsky, Presidente do Conselho de Administração da RBS, que representa o homenageado, aquele que batiza o Prêmio que hoje pela primeira vez entregamos na Casa. E aos nossos três companheiros homenageados, vencedores dessa premiação.

A Vera. Clênia chamava a atenção da data de hoje, a coincidência do aniversário da Cidade. Há uma série de coincidências que nem o Ver. Frederico Barbosa, nem as sucessivas Mesas que trataram da matéria poderiam imaginar. Saímos de uma emoção de hoje pela madrugada em que torcíamos pelo “Quatrilho” lá longe, que levaria o nome, não só do cinema brasileiro, como deste Estado. Comemoramos o aniversário da Cidade, marcamos os dez anos de passamento de Maurício, mas, sobretudo, eu gostaria de chamar atenção de que o fato de se instituir um prêmio com o nome de Maurício, que pretende destacar trabalhos jornalísticos ligados à Cidade de Porto Alegre, exatamente, homenageando alguém que veio de fora, que é descendente de imigrantes que aqui chegaram para construir um novo espaço e a ocupação de uma nova área, me parece que o proponente foi extremamente inteligente e sensível. Maurício não é apenas um pioneiro da área da comunicação, como bem disse o Ver. Luiz Braz, mas foi, sobretudo, um descendente de um grupo de pessoas que deixaram a sua Pátria e escolheram um outro para construir uma outra Pátria. E não satisfeitos com esse espaço inicial, na região de Erexim, em Passo Fundo, voltara e se deslocar, chegando à Capital, e aqui começando de novo e se tornando literalmente vencedores. Adotaram esta Cidade, pessoal e profissionalmente. Um prêmio de jornalista, portanto, com esse nome evidencia aquilo que acho – Figueiredo, com quem cruzei tantas vezes ao longo da minha vida profissional na Caldas Júnior, com o magro Uda, com que temos cruzado tantas vezes e a Iria, que tenho o prazer de conhecê-la hoje, pessoalmente, nesta tarde – evidencia aquilo que todos nós, que somos da comunicação, temos que ter: paixão pelas coisas que fazemos. E paixão tem a ver, exatamente no termo original de “páthos”, com a emoção; se não tivermos emoção, não vamos produzir textos, não vamos produzir imagens. A emoção do Uda, todos nós sabemos, ela se traduz em contraste de luz. Certamente, Leonid tem algumas das mais belas fotografias já produzidas no Rio Grande do Sul, e isso não diminui o trabalho de outros fotógrafos profissionais que aqui temos. O Uda foi quem captou, provavelmente como ninguém, essa coisa tão diáfana que nós temos em outubro, no outono, que é toda a serra gaúcha, que, aliás, é o encanto da fotografia do filme do Barreto que foi destacado ainda ontem na programação que o Galvani comandava lá, na Rádio Guaíba, acompanhando a transmissão do Oscar desde os Estados Unidos. Figueiredo tem uma história fantástica no jornalismo gaúcho. Enfrentou diversos órgãos em crise, ou apresentou projetos novos que conseguiram dar um salto de qualidade na construção do jornalismo no Rio Grande do Sul e no Brasil. É uma experiência riquíssima, profissional. E a Iria me faz encontrar uma pessoa que, como não a via há tantos anos, podia ter cruzado e não teria reconhecido, que é Werner Zots, que responde por essa revista onde sai a matéria publicada e que é um dos maiores escritores deste País, sobretudo no texto dirigido às crianças. Os textos do Werner são realmente fantásticos e não é por acaso que enquanto jornalista ele acaba se dedicando a matérias que tocam na questão da paisagem, do meio ambiente e dessas coisas tão sutis que são as emoções que nós guardamos quando viajamos para determinados lugares e trazemos de volta não só a imagem da fotografia, mas, sobretudo, a imagem da memória, da lembrança das coisas lá vividas.

Portanto, é muito feliz não só a idéia do prêmio como do batismo desse prêmio. Não só o objetivo do prêmio, que é a própria Cidade de Porto Alegre, quanto a época, a data escolhida para entregá-lo. Sobretudo, tem sido muito feliz o fato de que, através dos trabalhos aqui apresentados, nós começamos a compor, de fato, o retrato concreto, o retrato múltiplo de coisas que nos rodeiam e que muitas vezes não nos damos conta que estão aqui ao nosso lado. Nós tantas vezes temos falado do Rio Guaíba poluído, o Rio Guaíba exilado – quero usar os termos que a Iria utiliza em sua matéria, apropriadamente – e não nos damos conta que, apesar de tudo, esse Rio Guaíba está se recriando e se renovando, e esses pássaros fotografados pelo Leonid exatamente evidenciam isso, ali, na saída do Arroio Dilúvio, onde todos nós passamos diariamente e que hoje tem outro tipo de população, diferente, marginais sociais, humanos convivendo com pássaros belíssimos que há menos de cinco anos não tínhamos naquelas águas.

Figueiredo conseguiu contar uma historia centenária do “Correio do Povo”, um história que ninguém melhor do que o Galvani acompanhou – afinal de contas, acabou de produzir um livro também sobre o mesmo tema, mas com uma linguagem ágil, fragmentada, própria de um jornal como hoje se faz em Porto Alegre. É um conjunto de aspectos que, me parece, evidenciam como foi importante o fato de que a Casa tenha decidido que o julgamento do prêmio caberia a uma comissão técnica formada pela nossa Associação Rio-Grandense de Imprensa, aqui representada pelo Ercy Thorma. Está aí a responsabilidade da ARI, que se integra mais uma vez em alguma coisa da Cidade; esta aí a responsabilidade de nós todos, Vereadores, que votamos a proposta do Ver. Barbosa, a responsabilidade desta Casa que faz a ponte com todas essas coisas.

Realmente, hoje é uma tarde importante e apenas nos resta agradecer, em nome da população de Porto Alegre, em meu nome do nosso Partido, o PSDB – que não por acaso tem a imagem do tucano como símbolo, pássaro bem brasileiro –, ao Leonid, à Iria e ao Figueiredo esse carinho, essa paixão pelas nossas coisas. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Passamos a palavra ao ex-Vereador Frederico Barbosa, que falará como idealizador do Prêmio “Maurício Sirotsky Sobrinho”.

 

O SR. FREDERICO BARBOSA: (Saúda os componentes da Mesa.) Dizem ainda, em alguns momentos, que não existe mais fidalguia neste mundo; a minha presença nesta tribuna, certamente, é um gesto de fidalguia do amigo presidente desta Casa e da Mesa Diretora desta Casa, pois quebro o protocolo e volto a falar aqui depois de ter deixado esta Casa há oito anos. No momento em que saí, deixei apenas dezenove pronunciamentos nesta tribuna, para cumprir o milésimo pronunciamento daquela época. Volto agora graças ao Maurício; volto para dizer a todos que uma madrugada maldormida, às vezes, é muito ruim. Pois esta madrugada e as minhas, que começam depois da cinco, tomando mate, surgiu com a idéia primeira de um prêmio na busca de um pequeno incentivo para que se pudesse retratar melhor a Cidade de Porto Alegre, seja no texto, na voz, na fotografia, ou de qualquer maneira. Depois dessa madrugada, veio a dúvida sobre qual o nome. Aí, não sei definir. Não sei, Jayme, não sei, Sônia, não sei, Suzana. De repente, quem sabe porque ele escolheu Belém Novo para botar o sítio, eu estava lá desde os nove anos de idade, amando aquela terra e aquela estrada, que tantas vezes fiz aquele percurso. Não sei. Só sei que achei, naquele momento, que ele merecia, e resolvi fazer, resolvi quieto achar que ficaria bonito, de que no fundo do diploma que me foi mostrado outro dia gentilmente pela Câmara estivesse a fotografia do Maurício. E assim, atendendo a essa idéia que surgiu, a Câmara aprovou. Nos últimos instantes, tentei consultar vozes que representavam muito mais do que eu a Cidade de Porto Alegre. Um está aqui, o Ver. Lauro Hagemann que, lembro muito bem, consultei no dia em que o Jayme, pela manhã, era o orador quando se inaugurava o busto do Maurício aqui no parque, porque foi naquela tarde, às duas horas, que protocolei esse Projeto de Resolução. Aqui está o Lauro, a quem eu consultei ainda na última hora sobre o que poderíamos colocar. Outro que homenageio junto com o Lauro é o Werner Becker, com o qual conversei para, me inspirar nas filigranas do Projeto. E assim foi feito, assim foi protocolado e, graças a Deus, hoje, depois de oito anos, estamos a entregá-lo. Quem seria eu, depois de todos esses pronunciamentos, para fazer qualquer consideração sobre os homenageados? Na época, se fez o Projeto no sentido de que uma comissão competente pudesse julgar. Pois fico feliz pela Iria, com quem não tinha eu ainda conversado, o Figueiredo e o Leonid, com quem já nos pechamos tantas vezes por aí. Fico extremamente satisfeito. Não sou eu, mas a Casa em si, a comissão, aqueles que julgaram é que estão a dizer que os melhores, no momento, para receberem o Prêmio “Maurício Sirotsky Sobrinho” estão nessa Mesa. Só posso dizer muito obrigado, meu caro Presidente, por fazer-me retornar nesta semana, estraçalhando o meu coração num momento, Ver. Gregol, em que a pressão não está muito boa. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Jornalista Jayme Sirotsky, Presidente do Conselho de Administração da RBS e irmão daquele que leva o nome do prêmio.

 

O SR. JAYME SIROTSKY: (Saúda os componentes da Mesa.) Senhoras e Senhores, queridas Sônia e Suzana, meus companheiros da RBS e em especial e muito carinhosamente Iria, Figueiredo e Uda, que são os homenageados desta tarde, com muita justiça, diga-se de passagem. Os Senhores Vereadores desta Casa que nos é tão cara, que aqui estiveram representando as Bancadas neste momento de homenagem, registraram por variados ângulos o sentido deste encontro que estamos fazendo evoluir. Em alguns desses pronunciamentos ficou evidenciada a importância da comunicação. O Ver. Gregol reiterou que a comunicação é fundamental à democracia. Os companheiros que o sucederam, Luiz Braz, Clênia Maranhão, Antônio Pereira de Souza, querido companheiro, colega e amigo Lauro, Antonio Hohlfeldt, e o ex-Vereador e autor da proposta que titulou este prêmio de uma maneira que nós, da família Sirotsky e da família RBS, nos sensibiliza tanto, Frederico Barbosa, também deixaram evidenciar este aspecto. Aliás, diga-se de passagem, o Frederico, que há oito anos não fazia uso desta tribuna, mostrou que por algum lugar anda mantendo a forma, porque continua sendo um bom tribuno. Em todos houve este norte comum da importância da comunicação para a democracia e em todos houve a referência da responsabilidade que vem com esta importância. Como disse o Lauro: “o milênio que se avizinha”, e está realmente logo ali. Nós, com os nossos cabelos brancos, possivelmente o veremos. O Clovis, com os brancos mais jovem do que os nossos, mas estará por aí também. Estaremos vendo o desenvolvimento desse conceito. Realmente vivemos um novo mundo, um mundo que se apequenou, em que as informações são partes da nossa alimentação do cotidiano quando aqui se menciona a excitação que muitos de nós estávamos vivendo ontem à noite quando esperávamos o resultado de um programa que estava sendo transmitido em Los Angeles e que, naquele momento, era assistido por mais de um bilhão de pessoas e no qual se destacava a capacidade artística de muitos lugares do mundo e, orgulhosamente, para nós, se destacava a capacidade artística dos brasileiros que destacavam o nosso Rio Grande. Agora, no dia três de maio, se comemora o Dia Mundial da Liberdade de Expressão. Estaremos em Paris, nesse dia, com a UNESCO e as entidades que constituem o comitê coordenador das entidades que defendem a liberdade de expressão no mundo, dando ênfase a este momento que, para nós, tem uma significação muito especial, porque o Maurício, que titula este prêmio que vocês tão merecidamente estão ganhando, nos ajudou a perceber na formação, na estruturação da RBS, a importância dessa responsabilidade mencionada pelos Senhores, e o aprofundamento desta cultura está aí. Passados os dez anos da morte prematura do Maurício orgulhosamente podemos dizer que estamos continuando, crescendo, evoluindo, buscando novos caminhos, mas preservando os valores que dignificam a boa informação, numa convivência com essa comunidade que nos permite chamar a muitos dos que estão aqui presentes pelo primeiro nome, que nos permite entender as desavenças, que nos permite compreender o contraditório, que nos permite o exercício daquilo que todos desejamos que se expanda: uma cidadania cada vez melhor. Em dezenove de maio, no primeiro dia do 49º Congresso Mundial de Jornalismo, que acontecerá este ano em Washington, promovido pela Federação Internacional do Editores de Jornais e Federação Mundial de Jornais, estará sendo homenageado com o principal prêmio distribuído por aquela entidade um jornalista daqui das Américas. É Indamiro Restano Dias, um cubano que luta pela liberdade de expressão, que representa dentro daquela sociedade, que é única neste novo despertar da América Latina que ainda não oferece aos seus cidadãos a efetiva liberdade de expressão... Ele luta para que seja reconquistada. Mas isso não é um apanágio de um regime ligado a um viés ideológico; ele está por aí, está nas sociedades teocráticas com esse fundamentalismo que assusta e apavora e que não permite que se exercitem as liberdades individuais. Ele está nas autocracias de direta, lá do Oriente, em que ainda está o poder absoluto a viger sobre cada um dos indivíduos.

É isso que nos faz pensar na efetiva importância do trabalho que desenvolvemos. E, se pudermos, vamos aprofundar cada vez mais dentro da nossa casa, porque só assim todos nós vamos encontrar a efetiva validade no bucolismo das fotos do Uda, nos registros da Iria ou do Figueiredo, que, por vezes, serão do lado belo, mas que, em outras tantas, inevitavelmente, serão do lado feito das nossas sociedades. Essa é a nossa função: mostrar o que acontece, com isenção, buscando a verdade, com as limitações naturais dos homens, mas, sempre que possível, com honestidade, com sinceridade, com dignidade, como tiveram os homenageados desta tarde.

Eu agradeço, Sr. Presidente, a oportunidade que nos é oferecida e digo-lhes, com muito orgulho, que a caminhada prossegue, ela é atemporal. Lamentavelmente, as pessoas vêm e vão, nascem e morrem, algumas até cedo demais, como foi o caso do Maurício, mas as bandeiras estão levantadas e alguém as empunha e carrega, e se pudermos fazer com que sigam na mesma direção, certamente, um pouco mais adiante, no virar da lineada deste terceiro milênio, vamos ter uma sociedade, certamente, que será melhor que a de hoje.

Um vez mais parabéns aos premiados e o nosso orgulho de que o prêmio tenha o nome do Maurício. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Nós convidamos as Senhoras Suzana Sirotsky Melze e Sônia Sirotsky Forster, para fazerem a entrega do prêmio, na categoria de Fotografia ao Jornalista Leonid Strelaiev.

 

(É feita a entrega do Prêmio.)

 

Convidamos o Diretor-Secretário do “Correio do Povo”, Jornalista Telmo Flor, para fazer a entrega ao Jornalista Luiz J. Birnfeld Figueiredo do Prêmio “Maurício Sirotsky Sobrinho” na categoria de Reportagem

 

(É feita a entrega do prêmio.)

 

Registramos a presença neste Plenário dos Vereadores Clovis Ilgenfritz, Artur Zanella e Luiz Fernando Záchia.

Convidamos o Jornalista Werner Zots para fazer a entrega do Prêmio na categoria de Reportagem, o Prêmio “Maurício Sirotsky Sobrinho”, à Jornalista Iria Pedrazzi.

 

(É feita a entrega.) (Palmas.)

 

Passo a palavra aos agraciados para que dela façam uso. Em primeiro lugar, a Jornalista Iria Pedrazzi.

 

A SRA. IRIA PEDRAZZI: Primeiro, gostaria de dizer que não sou de tribuna, sou melhor no texto escrito. Fico bastante nervosa, estou emocionada, mas não poderia deixar de agradecer esta bela homenagem e a presença de todos.

Realmente, o que a gente tentou fazer por Porto Alegre a nossa Cidade merece. Nasci aqui. Acho que Porto Alegre é muito bonita. A gente tem que abrir os olhos para isso e continuar dentro do trabalho da gente. Claro, como disse o Jornalista Jayme Sirotsky, há momentos em que vamos precisar mostrar o lado feio das coisas, mas, no momento em que pudermos mostrar o lado bonito, teremos um retorno do belo para a gente. E dentro deste momento conturbado que vivemos é importante poder aproveitar o belo.

Muito obrigada e desculpem. Estou bastante emocionada e nervosa. É uma honra receber o Prêmio “Maurício Sirotsky Sobrinho”, sem dúvida. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Sr. Leonid Strelaiev está com a palavra.

 

O SR. LEONID STRELAIEV: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Ao contrário da Iria, eu já sou mais chegadinho numa tribuna, inclusive me candidatei a Deputado Federal, aqui no Rio Grande do Sul. Infelizmente, não fui eleito, mas fiz votos para me eleger Vereador. Eu errei a escolha, mas infelizmente não deu certo. Graças a minha querida mulher Débora, que se encontra aqui presente, que me deu um grande puxão de orelha e fez com que eu largasse definitivamente essas incursões pelo caminho político, que realmente não era o meu caminho. Na verdade o meu caminho é mesmo a fotografia, coisa com que eu tenho trabalhado e que tenho desenvolvido há quase trinta anos. E quando a Vera. Clênia falou que havia percorrido um milhão de quilômetros dentro do Rio Grande do Sul, não sei como ela descobriu isso, mas é verdade mesmo. Nesses trinta anos eu tenho viajado pelo Rio Grande a trabalho de uma empresa ou de outra. Agora mesmo, recentemente, conclui um trabalho da Souza Cruz, na qual percorri uns quatro, cinco mil quilômetros por toda região de produção do tabaco no Rio Grande para produção do próximo calendário do ano que vem, mas é verdade que eu já percorri um número aproximado – se não é esse, é aproximado – de quilômetros dentro do Rio Grande, o qual eu conheço como a palma da minha mão. Eu já fiz, patrocinado por esta Casa, uma coleção de cartões postais sobre Porto Alegre, que já devem ter sido todos distribuídos.

Gostaria de agradecer este prêmio e espero continuar produzindo com o meu trabalho um mostruário do nosso Rio Grande e da nossa querida Porto Alegre que hoje completa 224 anos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Passamos a palavra ao Jornalista Luiz José Biernfeld Figueiredo.

 

O SR. LUIZ JOSÉ FIGUEIREDO: Sr. Presidente Isaac Ainhorn e demais integrantes da Mesa, é um alegria muito grande receber essa primeira edição do Prêmio distribuído pela Câmara que leva o nome de Maurício Sirotsky Sobrinho, e tenho algumas razões bem especiais que gostaria de citar nesta ocasião: a presença da minha mãe, da minha irmã, das minhas filhas, de companheiros tão queridos do período em que trabalhei na RBS – o Lauro Schirmer, o Bastos, companheiros da Caldas Júnior, Walter Galvani e dois queridos Vereadores com os quais eu tive a oportunidade de trabalhar em veículos diferentes: o Antoninho, do qual eu fui uma espécie de secretário não-nomeado, eis que eu trabalhava no “Correio do Povo”, em uma Mesa ao lado dele, e, como nós sabemos, o Antoninho tem múltiplas atividades e eu ficava o dia inteiro anotando os recados para a sua agenda. Foi um bom período, no antigo “Correio do Povo”, no tempo do Dr. Breno. Partilhava de uma amizade e de uma troca de experiência profissional tão boa como a do Antoninho. Depois, na Guaíba também nos cruzamos. O Lauro Hagemann, um querido companheiro, com quem tive duas oportunidades de trabalhar junto, uma na Rádio Guaíba, de 79 a 83, e depois no projeto da Rádio Pampa, que nós acalentamos por bons quatro anos e que, infelizmente, não prosperou. Com o Lauro, aprendi muito da decência da ética que deve nortear a nossa profissão. O Lauro, na leitura dos textos, sempre foi extremamente ético e sabia como ninguém interpretar - ainda hoje sabe, temos prova disso na tribuna - o valor da palavra escrita, quando ela é dita. Aprendi muito com ele e respeito até hoje todos os ensinamentos que dele recolhi.

É importante, também, a presença do Sr. Jayme, da Suzana, da Sônia, o irmão e as filhas do Sr. Maurício, com quem eu também tive a oportunidade de trabalhar diretamente na época em que estive na “Zero Hora”, na Rádio Gaúcha e na então TV Gaúcha, partilhando nas áreas de jornalismo no rádio, na televisão, na divulgação, e depois a chefia de reportagem na “Zero Hora”, já tenho o Lauro Schirmer como meu diretor.

Temos também aqui um outro querido companheiro com o qual eu já cruzei com enorme alegria em várias empresas de Porto Alegre - o Carlos Bastos, nosso companheiro da “Zero Hora”, da “Caldas Júnior”, da “Bandeirantes”, e que esteve no Governo Collares por longo período, comandando a Comunicação Social do Governo. São motivos que nos alegram e que justificam a nossa presença e a nossa alegria em receber esse prêmio.

Queria deixar uma proposta ao Ver. Isaac Ainhorn. Propondo que se faça um grupo de trabalho com a participação da ARI, do Cói Lopes de Almeida, que está chefiando a Imprensa da Câmara. Nós temos uma imensa dívida com a Câmara. Nós cobrimos muito mal a Cidade de Porto Alegre. Falo isso com a experiência que adquiri com os meus trinta e dois anos de rádio e TV em Porto Alegre. Não damos a devida atenção à Cidade de Porto Alegre e, em especial à Câmara de Vereadores. Então, ofereço a minha contribuição para que possamos encontrar uma equação para a cobertura da Câmara de Vereadores pelos veículos de comunicação da Cidade.

Foi uma alegria ter recebido um prêmio que leva o nome de um homem que dignificou e construiu um império de comunicações em Porto Alegre e que orgulha o Rio Grande do Sul. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Antes de encerrarmos a Sessão, queremos definir o requerimento formulado da tribuna pelo Luiz Figueiredo. Realmente, do ponto de vista global, é importante fazermos uma reflexão sobre a cobertura dos eventos da Câmara de Vereadores por parte dos veículos de comunicação. Tenho reiterado isso e não há momento mais oportuno do que este, com a presença do Jayme aqui conosco, do Telmo Flor. Vou usar, também, do “lobby” das influências das mulheres, da Sônia e da Suzana, e também do Lauro Schirmer, que está aqui para nos ajudar nesse processo. Acho que hoje deu para os senhores apreciarem, fazerem uma avaliação e uma reflexão sobre a contribuição desta casa, do conjunto das manifestações densas, de grande valor, dos Vereadores que fizeram uso da tribuna, sobretudo no momento em que passamos, a partir desta semana, a fazer uma reflexão sobre a questão de criação de uma lei de institucionalização do Orçamento Participativo - em última análise, da participação da população na definição das prioridades e na definição daquilo que é importante para o próprio destino da Cidade. Tenho certeza de que, neste momento, o Maurício, onde estiver, é um grande inspirador para uma idéia dessa natureza. Tenho certeza de que os Senhores que vêm hoje prestigiar esse evento de homenagem aos nossos vitoriosos neste prêmio da Câmara de Vereadores e da ARI terão oportunidade de pensar e dar uma contribuição efetiva à Cidade, à Câmara Municipal e a Porto Alegre, nossa Cidade, que hoje se encontra de aniversário e que daqui a alguns minutos mais será objeto de uma Sessão Solene neste sentido.

Agradeço a todos. Está encerrada a presente Sessão. Muito obrigado.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h50min.)

 

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